sábado, 9 de maio de 2015

Dia das Mães

A vida tem muitas formas de se auto preservar. Esse negócio de dia das mães que a gente fala que é para comemorar, que é comercial, que dia das mães é todo dia, que é besteira... esse negócio pode não ser ‘um negócio’ tão simples.
Nasce um bebê humano. Pequenininho, molinho, não anda, não fala, não caça para comer, não pode se manter vivo sozinho. É preciso que alguém lhe salve a vida. E, antes de nascer, saiu da condição de mistério e invisível graças ao que se passa dentro de um útero dentro de um corpo. A proveta, quando participa, não dá conta de tudo. Vamos combinar que, por enquanto, só nos filmes de ficção é que seres humanos são fabricados em laboratórios, naqueles tubos de ensaio gigantes. No mundo onde vivemos, ainda é o corpo o lugar de chegada e saída dos bebês. Nascer é chegar no mundo e também é sair de dentro do corpo da mãe. (Isso numa visão muito simplificada...)
Sobre mães e provetas, com o desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida é possível uma mulher ser a doadora dos óvulos, esses óvulos depois de fecundados vão para o ventre de uma segunda mulher, e o bebê – ou os bebês – vai ser criado por uma terceira mulher. Qual é a mãe? Esse bebê tem três mães? Quantas mulheres são necessárias para fazer um bebê nascer? Hoje o materno transcende as mulheres, e homens também maternam. Sim, temos homens mães.
Bom, sem a produção de bebês a espécie humana acaba. Sem ter quem salve as vidas dos bebês a espécie humana acaba. Aí, inventou-se o ‘dia das mães’ e nesse dia, seja ele comercial ou não, a gente se lembra que nossa vida foi salva e que não vivemos sozinhos. Dia das Mães é um dia dedicado à gratidão. E a gratidão e o agradecer faz um bem danado a esta espécie que se chama de humana. Esse negócio de dia das mães pode ser uma besteira e pode ser importante. Depende de como a gente viva por dentro o significado dele.
Dedico esse dia para agradecer a cada um que foi ‘como uma mãe’ pra mim – aqui incluo marido, filhos, amigos, familiares, ‘meus’ gatos, desconhecidos, poetas, vivos e mortos que um dia me salvaram a vida e a Vida. E, especialmente, agradeço àquela que chamo de minha mãe por ter compartilhado comigo seu corpo e uma parte importante da sua vida para o meu começar a existir.

Dia das mães é dia de gratidão à D. Vida!