domingo, 22 de janeiro de 2017


Minha ‘Vó Maria’ tinha o nariz fininho, uma risada larga e uma convicção desconcertante de que o inexplicável é muito claro e simples. Ela fazia um bolo de laranja que parecia vindo da cozinha do céu. Um dia, saboreando a maravilha, perguntei se era difícil de fazer e pedi a receita.  Uma risada tão gostosa como o bolo acompanhou sua resposta
- receita?! Esse bolo não tem receita nem ‘que saber’. Você pegue uns ovos, bata com um tanto de açúcar e manteiga. Bem batido! Bem batido! Aí, bote farinha. Leite, não bote, não. Só caldo de laranja espremida. No fim jogue assim um tiquinho de sal e um pouquinho de fermento e depois é só assar. Que dificuldade tem isso?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016



 um tantinho de nostalgia...

  Quando assisti “Os Esquecidos”, o filme, o que mais me tocou foi a atitude da protagonista - uma mãe que vai em busca do filho desaparecido. Ela prefere a dor de tê-lo na saudade e na memória, ao consolo de perdê-lo no esquecimento. Vi tantas coisas minhas ali. Pensei na minha maternidade. Desde o começo, quando escolhi parir na água, sem roupa e sem analgesia alguma, eu queria sentir tudo o que sentem as fêmeas ao dar à luz suas crias. Eu me queria toda viva, nem um pouco anestesiada, para sentir meus filhos saindo de mim, para recebê-los inteira em meus braços. E foi assim que pari dois. 

  No meu primeiro parto senti dor. Muita. Pudera, fiz uma cena imaginária completamente cor- de – rosa bebê, onde não incluí a dor nem o medo. E eles fazem parte, como fazem de toda mudança mais profunda. Enquanto a noite caminhava lentamente na direção da madrugada, ali, ultrapassei umbrais nunca imaginados. O medo fez a dor ficar imensa, quase insuportável. Eu não sabia que existia aquele tanto de dor, e sabia ainda menos que a experimentaria. Mas ela só era tão imensa porque o medo minava minhas forças e me fazia me perder de mim. Não fosse meu homem, meu amor, do meu lado a me dizer que estava ali comigo e, com sua voz calma e firme, me soltando da teia do medo, acho que teria sucumbido. A noite morreu num céu vermelho que trazia o dia, e um grande orgasmo inundou meu corpo. Senti um ‘plofff’ e algo que cruzava o caminho entre minhas entranhas e o mundo daqui de fora, era meu filho saindo pela minha vagina. Minha força foi voltando e eu, emocionada, senti-me mulher, mãe, forte, fêmea, viva, casulo da humanidade, abençoada pela vida que surge da morte, peregrina que chega, afinal, a um lugar muito, muito distante. Parto não é cor- de- rosa – bebê. Parto é vermelho-sangue-vivo. Sentir aquela coisinha quente, escorregadia e macia a me olhar e procurar meu seio e abocanhá-lo era – e é – algo que não cabe em palavras, é inominável. A anestesia tiraria dor e orgasmo.    

  Depois do parto, eu não conseguia dormir, só olhar e tocar e falar mansamente com meu filho, tão pequenino e tão... tantas coisas e sentimentos e sensações que não conseguem ficar entre os fios tecidos pelas palavras. Dentro de mim eu sabia que por ele eu iria ao céu e ao inferno, que por ele eu mataria e morreria se preciso fosse. Ali, aprendi sobre medos e coragens, dor e tolerância, amor e ir além. Com essa aprendizagem me preparei para o nascimento de minha filha que veio dois anos depois. Conheci mais meu corpo e meu medo. Treinei-me para relaxar na contração. Fiz par comigo. Não esperei salvação vinda de fora. Cabia a mim tourear meu medo e colocá-lo no lugar adequado. Ele não era o protagonista. 

  As contrações vieram ao amanhecer e eu caminhei pela casa, massageando a barriga e cantando cantigas de ninar. Meu filho me pedia, ainda alguns anos depois, ‘canta, mamãe, aquela música de receber a irmãzinha’. Cantava eu para ela, para ele e para mim mesma. Vesti um vestido vermelho, me perfumei com ‘Chanel no. 5’, coloquei umas argolas ciganas e fomos para a clínica. Do medo, nem sombra. Ele só teve uma pequena participação, um pouco antes de eu entrar na banheira. O médico percebeu e me disse: ‘Tá com medo, broto? Tenha, não. Agora não tem volta’. Com a calma advinda do inevitável, entrei na banheira e me pus de quatro. Quadrúpede, fêmea.  Meu homem comigo, jogando água morna nas minhas costas. Novamente o ‘plofff’ e a sensação de que céu e terra, fera/bicho e Deus se encontravam em meu corpo. Ela no meu colo mamava e me olhava. Estávamos nos reconhecendo. Olhos nos olhos pela primeira vez. Novamente a sensação de que tudo faria, jornadas longínquas, matar ou morrer, trocar cabelos escuros por cabelos brancos, ficar forte na fragilidade, tudo, qualquer coisa. Minha coragem brotava do útero da Vida e da Morte, e isso não é possível esquecer. Nunca. 


segunda-feira, 7 de março de 2016

Quando criança, morava numa cidade que não avistava o mar: era preciso viajar até ele. Viajávamos em família para visita-lo e as visitas eram sempre em manhãs de céu com sol. O mar nos recebia com seu vento cheirando a sal sua água profundamente azul numa  imensIdade cintilante e com os minúsculos grãos de areia de sua praia, que fazia as vezes de anfitriã para nossos pés descalços e contentes. Minha irmã, minha mãe e eu de mãos dadas corríamos até a linha onde as ondas retornavam da terra para o mar sumindo embaixo da areia e deixando desenhos de montanhinhas no chão. Ali, no traçado da marca d’água feita no solo, quando o próximo passo já seria sem chance de pés enxutos ou garantia de terra firme, minha mãe parava e ensinava, antes de entrar no mar, especialmente num mar onde nunca esteve, se benza e diga:

Deus vos salve Mar Sagrado

que hoje venho visitar

Doença venho trazer

Saúde quero levar
     Desde então, a linha/fronteira desenhada pela água na areia da praia é também a soleira da porta do mar. Ali, onde antes de passar se pede licença e proteção, é a marca que avisa que estamos entrando em território sagrado e perigoso, onde sabidamente corremos risco de transformação e de não retorno. Acontece que nem sempre são manhãs de céu com sol, e no escuro das noites sem lua tropeçamos na soleira da porta. E acontece que abismos não têm soleira nem porta, e saber disso não faz diferença...

terça-feira, 1 de março de 2016

   A moringa era de barro, o prato era desmalte, o fogo era de lenha, o tacho era de cobre, a aliança era de ouro, o riso era de alegria e a gaitada era de música. A casa deles era assim, a casa da roça. A da cidade guardava uma tristeza e uma saudade nos rostos dos retratados que nos olhavam de suas molduras na parede da sala, e no cheiro de naftalina e madeira dentro dos baús onde o tempo amarelava o branco da roupa de cama bordada à mão. Foram essas as casas deles que conheci.  

  Uma vez disse a meu avô que eu não aguentava mais morar em apartamento, que ia construir uma casa para me mudar. A primeira e única pergunta dele, e você já tem o chão, minha fia? Achei bonita essa pergunta (ainda acho) e não sabia (ainda não sei) o alcance do que ali estava se dizendo. O chão da casa vem antes da casa. O desejo da casa + o chão da casa: aí nasce a casa. O desejo é a semente e o chão é a terra onde plantamos a casa, é onde ela brota para acolher a gente. 

  Lá  nos antes do tempo da minha vinda, na infância de minha mãe, a família se mudava de seu chão, de sua casa, a cada falência financeira. Iam as poucas coisas e os muitos filhos em cima do carro de boi para longe da roça. 

​  Hoje moro na casa que meu avô perguntou pelo chão. Nessa casa tem a mata, o quintal e árvores e passarinhos e frutas nos pés de frutas. Aqui não crio gado, crio gato. Um rebanho, se assim se pudesse dizer por eles serem seis. 


  Há alguns anos morreu minha avó, morreu meu avô. Estão embaixo do chão: raízes da casa. 

sábado, 22 de agosto de 2015

agora outrora e depois...


Perdi a conta de – na verdade, nunca contei – quantas vezes ouvi meu pai contar a história de Miguel Strogoff. O camarada passa o filme todinho investigando se o outro era agente russo. Vasculha tudo e não descobre nada. Já no final, eles vão juntos a um bar e o camarada encosta um cigarro aceso no braço do outro, que, com a dor da queimadura, pragueja em russo. A essa altura a narrativa tem o clima surpreso, enfático e entusiasmado de gran finale e meu pai conclui seu relato como se ainda estivesse no cinema vendo a última cena do filme: O homem ferido fala em sua própria língua!

Meu pai costumava contar muitas histórias. E repetia muito cada história. Durante um tempo da minha vida me cansei das repetições. Boba que era, quando ele começava a contar, a única coisa que eu pensava era que já conhecia o fim. Mas ele contava como se ele próprio não soubesse o final. Caminhava atenta e curiosamente por cada pequeno e grande evento da trilha da narrativa. Talvez por isso minha memória seja uma espécie de museu das histórias que meu pai costumava contar. Museu-casarão antigo com muitos salões. Cada salão, um assunto. Tinha o salão das memórias dele menino; outro salão com as memórias dele peregrino pelo mundo longe de casa; o salão dos poetas e dos poemas ditos de coração; o salão dos filmes que viu; o salão das piadas... Depois que ele morreu, os salões se fecharam. Fazia tempo que não visitava.  Até que  um acontecimento reabriu as portas do museu e o grande salão dos filmes veio me buscar. O pé direito é alto e o chão é de madeira, dessas madeiras sonoras que vibram aos nossos passos e orquestram o eco do caminhar e do caminho criando um aqui que é agora e também outrora. E também futuro. Mas isso, eu ainda não sabia...

Não sabia da cena que me aguardava naquela manhã de sábado que saí de casa em missão: uma lista de tarefas pra dar conta. Saí cedinho, pra evitar filas. O plano era estar de volta antes do meio dia. A certa altura do caminho entre uma tarefa e outra e um lugar e outro, passei, numa curva/esquina, por um homem escorado numa bicicleta escorada num muro. Cotovelos apoiados na bici, ele estava de pé, mas...não por muito tempo. Lívido. Movia-se em câmera lenta, boneco de barro mole se derretendo e escorrendo muro abaixo. Estatura mediana, estrutura de sedentário, e muito branco. E tentava abrir os olhos. Ou revirava os olhos? A imagem me fisgou. Esse camarada não está bem. Segui adiante, alguém há de socorrer. Fui me afastando e me angustiando. O lugar era meio deserto de gente a pé àquela hora. Volto? Na dúvida não duvidei, melhor retornar enquanto estou perto. Voltei. Parei o carro um pouco antes da curva. Não dava pra ver o homem, só a curva.  Fui andando, será que ele já foi? Não tinha ido. Tinha se sentado no chão e minava suor.

Passei por aqui ainda agora e voltei porque vi que você não estava bem. É, saí para andar de bicicleta, parece que foi mais do que aguento... escureceu tudo... já estou melhorando. Você quer ligar e avisar alguém? Já liguei pra minha esposa, ela está vindo, só foi tomar um banho. Então fico aqui até ela chegar. Você comeu alguma coisa antes de sair? Comi, mas tenho pressão alta... Parou um motociclista solidário. Estou melhorando e minha esposa está vindo. Vruuuum,  lá se foi o motociclista. Passou uma senhora a caminho de um exame médico e disse que ele também tinha de ir ao médico. Ele queria ir para casa. E nada da esposa chegar. Vou marcar meu cardiologista, faz tempo que fui, ele vai me dar uns puxões de orelha. E contou que era hipertenso desde criança, hipertensão hereditária, tirei o sal da comida aos dez anos de idade. Mas ultimamente tenho comido muito na rua... Tinha um leve sotaque diferente do daqui. De onde é ? Acho que minha esposa não levou muito a sério minha ligação...Vou empurrando a bicicleta, moro aqui perto. Como a bicicleta não cabia no meu carro, e a essa altura eu não ia deixar a coisa pela metade, levo a bici e você leva seu corpo. Tentou não precisar, e se levantou tão rápido que ficou tonto. Não teve jeito, aceitou.

Parecia disposto a conversar e não se queixava de dor. Andando devagar, tomamos o caminho de sua casa. Percebi que seu sotaque se acentuava e perguntei de onde era. Calou-se. Já moro aqui há tanto tempo... E a conversa desviou para a alta pressão do seu trabalho, para a necessidade de se cuidar, para seus tinha trinta e cinco anos e o cansaço de cem, para seu filho pequeno e os desenhos animados que viam juntos. Quanto mais falava e quanto mais perto sua casa ficava, tanto mais cristalino ia ficando seu sotaque lusitano. Chegamos ao portão do seu prédio e paramos.


Segundos antes de entrar, como se eu ainda não soubesse, revelou, sou de Portugal, vim pra cá bem pequeno. Abriu o portão e se despediu assim, meu sotaque português fica mais forte quando estou sensível, frágil, me sentindo ferido. Tínhamos chegado ao fim do filme e aquele momento e aquela fala eram agora e outrora. E, talvez futuro, afinal o final é sempre imprevisto

sábado, 15 de agosto de 2015


Este texto não está pronto, mas lá vai senão não vai...

Envelheço descaradamente. Sem vergonha. Sem culpa. Sem truque pra disfarçar. Exibo mesmo. Oxente!, cheguei até aqui e não vou aproveitar pra experimentar?!

Outro dia, li um texto de uma atriz famosa, bonita – muito bonita –, boa escritora. Quando li, tomei um susto. O povo achando lindo e maravilhoso o texto e eu achando ‘o ó’. Não exatamente ‘o ó’. Fiquei com pena da mulher que, no texto, parecia implorar, ‘alguém pode me comer?’. (Sim, estou sendo ácida.) Um texto sobre a falta que a autora sentia de ter um companheiro. Justo ela foi porta-voz dessa solidão no envelhecer. Parecia um anúncio de ‘minhas qualidades apesar da velhice’.  Comparava-se a um queijo. Algo do tipo, ‘ainda sou comestível e posso ser deliciosa com uma taça de vinho’.  O texto veio no zap, encaminhado por uma amiga querida. Fiquei quieta. Azamiga tudo se derretendo com o texto, e eu quieta. Até que disparei: tem coisa nesse texto que tá de dar dó. Azamiga não entenderam e perguntaram o que eu pensava de diferente. Adorei a pergunta e tasquei um, ‘mulheres queridas, neste meu envelhecer estou mais pra faca e dente do que pra queijo!’. Mentira pura, também me sei queijo podrinho e especial. E, muitas vezes, um queijo podrinho e estragado. Mas era um dia de empoderamento – palavra da moda! – e realmente fiquei duvidando de que ela ‘não arrumava ninguém porque estava na lista das velhas’.

E ao mesmo tempo me pus a pensar sobre o ‘estar na lista das velhas’. O texto traz uma coisa que pode ser ampliada. Quando a gente não está ‘na crista da onda do gosto popular’ – e o gosto popular é coisa que muda muito... – vai se deparando com essa solidão que pede me olhe com olhos de ver além do estereótipo, além da aparência. Descubra em mim alguém que possa despertar, em você, amor e desejo de estar junto. E a aparência tanto pode ser muita beleza ou muita feiura. Os muito belos podem ter a própria beleza como inimiga. Como uma espécie de redoma que esconde a pessoa. E os muito feios também. (Aqui levanto a bandeira ‘pelo direito de ser feio sem querer me embelezar’, mas isso já é mais ou menos outro assunto...)

Aí comecei a pensar nesse negócio de como a gente se vê e como o outro nos olha (ou, nem olha...). Quando D. Velha vai chegando em nós, a descoberta não é logo no espelho do nosso banheiro. É no espelho do olhar do outro. De repente, as pessoas começam a chamar a gente de ‘senhora’, de ‘tia’. Nos salões de beleza as ‘dicas de beleza’ são ‘esconder/disfarçar os brancos’, maquiagem pra esconder/disfarçar as rugas. Pintei meu cabelo até os 47. Então, só depois daí, é que descobri o protagonismo dos cabelos grisalhos. Ou, melhor, d’a velha’ colada em mim. Até uma pessoa se levantar da cadeira, no metrô, pra me dar o lugar, eu não tinha ideia do impacto da minha estampa envelhecida sendo atirada de volta pra mim, pelo gesto do outro. Foi uma revelação e tanto. O primeiro assento cedido é como o primeiro sutiã: a gente nunca esquece. E as revelações sobre os choques dos olhares não param aí. Mas vou parar porque quero mudar de rumo.

Quero falar de Amor, porque foi esse o tema maior que o texto da linda escritora me trouxe. Ela fala do que ela gosta nela. Isso gostei no texto. Sem vergonha de se mostrar e sem falsa modéstia. Amor é meu argumento ácido quando me sugerem truques para disfarçar os sinais da velhice. Só precisa ser bonito quem não é amado, quem é amado pode ser só o que éPode até *rejuvelhecer*!

*palavra criada pela minha sobrinha Mel, 08 anos.

sábado, 9 de maio de 2015

Dia das Mães

A vida tem muitas formas de se auto preservar. Esse negócio de dia das mães que a gente fala que é para comemorar, que é comercial, que dia das mães é todo dia, que é besteira... esse negócio pode não ser ‘um negócio’ tão simples.
Nasce um bebê humano. Pequenininho, molinho, não anda, não fala, não caça para comer, não pode se manter vivo sozinho. É preciso que alguém lhe salve a vida. E, antes de nascer, saiu da condição de mistério e invisível graças ao que se passa dentro de um útero dentro de um corpo. A proveta, quando participa, não dá conta de tudo. Vamos combinar que, por enquanto, só nos filmes de ficção é que seres humanos são fabricados em laboratórios, naqueles tubos de ensaio gigantes. No mundo onde vivemos, ainda é o corpo o lugar de chegada e saída dos bebês. Nascer é chegar no mundo e também é sair de dentro do corpo da mãe. (Isso numa visão muito simplificada...)
Sobre mães e provetas, com o desenvolvimento das técnicas de reprodução assistida é possível uma mulher ser a doadora dos óvulos, esses óvulos depois de fecundados vão para o ventre de uma segunda mulher, e o bebê – ou os bebês – vai ser criado por uma terceira mulher. Qual é a mãe? Esse bebê tem três mães? Quantas mulheres são necessárias para fazer um bebê nascer? Hoje o materno transcende as mulheres, e homens também maternam. Sim, temos homens mães.
Bom, sem a produção de bebês a espécie humana acaba. Sem ter quem salve as vidas dos bebês a espécie humana acaba. Aí, inventou-se o ‘dia das mães’ e nesse dia, seja ele comercial ou não, a gente se lembra que nossa vida foi salva e que não vivemos sozinhos. Dia das Mães é um dia dedicado à gratidão. E a gratidão e o agradecer faz um bem danado a esta espécie que se chama de humana. Esse negócio de dia das mães pode ser uma besteira e pode ser importante. Depende de como a gente viva por dentro o significado dele.
Dedico esse dia para agradecer a cada um que foi ‘como uma mãe’ pra mim – aqui incluo marido, filhos, amigos, familiares, ‘meus’ gatos, desconhecidos, poetas, vivos e mortos que um dia me salvaram a vida e a Vida. E, especialmente, agradeço àquela que chamo de minha mãe por ter compartilhado comigo seu corpo e uma parte importante da sua vida para o meu começar a existir.

Dia das mães é dia de gratidão à D. Vida!